21/12/2005
Ano do Brasil na França
Juliana Miyasaka
do MAC Virtual
Há quinze anos a França vem convidando países estrangeiros para, ao longo de um ano, mostrar aos franceses o melhor de sua cultura – são as Saisons Culturelles –, e em 2005 foi a vez do Brasil.
O Ano do Brasil na França, criado a partir de um Acordo Cultural firmado entre os dois países, foi um dos marcos mais relevantes nas relações entre os dois países, sendo a maior manifestação cultural sobre o Brasil em um país estrangeiro, com mais de 2.100 artistas brasileiros apresentando a arte brasileira.
O Ano do Brasil na França foi uma homenagem à diversidade e à modernidade da Cultura Brasileira. Na área cultural, foram contemplados projetos nas áreas de artes plásticas, artes visuais, espetáculos de teatro e dança, mostras cinematográficas, eventos desportivos, concertos de música erudita e de música popular, colóquios e eventos de caráter acadêmico nos mais diversos campos, entre outros.
O Ano do Brasil na França tornou possível a realização de uma extensa programação de eventos culturais em diversas regiões da França entre março e dezembro de 2005, sendo uma oportunidade ímpar de apresentarmos toda a riqueza cultural brasileira e o talento criativo de nosso povo não apenas aos franceses, mas a turistas do mundo inteiro. O Ano do Brasil na França foi dividido em três etapas diferentes: “Raízes do Brasil”, “A Verdade Tropical” e “Galáxia”. Na primeira etapa – “Raízes do Brasil”, que aconteceu entre os meses de março e junho, foram focadas as raízes indígenas e a Amazônia brasileira. Em junho, com o início do verão, a música brasileira foi destaque em diversos espaços franceses, esse foi o momento da “Verdade Tropical”. E, no outono e inverno, o tema “Galáxias”colocou em cena um Brasil contemporâneo com espetáculos de dança e artes plásticas com ênfase nos jovens talentos, além de eventos promocionais que demonstram a inovação tecnológica e industrial do País.
Entre as obras expostas, encontra-se uma de Tarsila do Amaral, Estrada de Ferro Central do Brasil, 1924, pertencente ao acervo do MAC – USP. Isso merece destaque pois a artista é de suma importância ao desenvolvimento dos caminhos da modernidade no Brasil. Sua obra foi bastante enriquecida pelo contato com artistas europeus, principalmente na França, ganhando força, com novas formas e grande exuberância de cores.
Para os artistas brasileiros, essa convivência propiciou um gesto de ruptura com o passado. A experiência francesa representava um campo de liberdade para movimentar-se em direção ao “futuro”, no qual seria possível pesquisar e constituir uma realidade em consonância com o novo século.
O Brasil inteiro esteve presente na França, e toda a atividade do país pôde ser apresentada ao público francês. A cobertura foi excepcional, com alguns milhares de artigos publicados pela imprensa escrita e centenas de horas de rádio e televisão dedicadas a essas manifestações.