MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

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Antônio Bandeira – Desconfigurações

O Museu de Arte Contemporânea da USP inaugura, no dia 27 de novembro às 19 horas, a exposição Antônio Bandeira – Desconfigurações, com 139 obras que pertencem ao Governo do Ceará, estado em que o artista nasceu. A mostra revela um passeio intimista pela obra de Bandeira (1922-1967) e lança um olhar sobre o processo criativo e o modo de produção do artista. “A exposição percorre o início nos anos quarenta, passa por exercícios figurativos e chega aos caminhos que o fizeram reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX”, conta José Guedes, diretor do Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, que guarda mais de 900 trabalhos do artista, e curador da exposição ao lado de Roberto Galvão.

Antônio Bandeira começou a desenhar ainda criança, teve aulas de pintura na adolescência e, em junho de 1941 foi um dos fundadores do Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, que deu origem à Sociedade Cearense de Artes Plásticas. Com a implantação de uma base militar americana em Fortaleza, nos tempos da Segunda Guerra, os artistas da região puderam ter acesso aos movimentos artísticos europeus. Livrarias da cidade mantinham jornais e revistas estrangeiras e lojas vendiam materiais de pintura de qualidade. Rapidamente, artistas como Aldemir Martins, Inimá de Paula, Sérvulo Esmeraldo e Antônio Dias, absorveram os avanços estéticos e, passada a Guerra, buscaram uma carreira profissional no sul do País. Depois de uma exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil, no Rio de Janeiro, Antônio Bandeira recebeu uma bolsa de estudos do Governo Francês, se transferindo para Paris em abril de 1946.

Bandeira esteve no centro criador do abstracionismo e diante de um mar de novas experiências estéticas ligadas a Escola de Paris. Com o retorno ao Brasil, em 1951, participa de importantes mostras e obtém grande reconhecimento da crítica nacional, firmando-se como expoente do abstracionismo brasileiro, embora ele mesmo não se considerasse um abstracionista. “Se fosse necessário definir a pintura de Bandeira eu diria: impressionista. Mas um impressionismo novo, com um ritmo novo e a sensibilidade de nossa época”, disse em depoimento a Louis Wiznitzr , publicado em 1950. Para José Guedes, “Bandeira seria no seu próprio entender um reformulador da visão impressionista da arte e não um abstracionista. Ele desmonta, retira componentes, subtrai elementos dos corpos que representa: ele desconfigura”.

A curadoria optou mostrar trabalhos inéditos ou pouco divulgados do artista, o que demonstra a riqueza da coleção do Governo do Estado do Ceará. “Dentre as obras em exposição merecem destaque três séries de desenhos ainda figurativos realizadas na Europa e várias obras datadas de 1948 que comprovam o pioneirismo de Bandeira no abstracionismo informal entre os brasileiros” avalia o curador.

 

Serviço

Exposição
Antônio Bandeira -
Desconfigurações
Curadoria
José Guedes e Roberto Galvão
Abertura
27 de novembro de 2008, 19 horas
Encerramento
25 de janeiro de 2009
Funcionamento
terça a sexta das 10 às 18 horas, sábados e domingos das 10 às 16 horas
Local
MAC USP Cidade Universitária - Rua da Reitoria, 160
Telefone
11 3091.3039
Agendamento
11 3091.3328
Entrada franca

Contato com a imprensa
MAC USP – Imprensa e Divulgação
Sérgio Miranda – (11) 3091.3018 / 3091.1118smiranda@usp.br