Nesta obra, concluída antes da viagem a Paris empreendida pelo artista em 1923, há ecos do Art Nouveau e do Simbolismo na estilização sinuosa das figuras alongadas e no tratamento do cenário decorativo e misterioso. A sensualidade das pinturas de Di Cavalcanti está presente na integração - quase verdadeira fusão - do par enlaçado em uma única forma ovalada que ocupa os primeiros planos. Os verdes, vermelhos e amarelos se contrapõem aos marrons e negros, o que prenuncia o esquema de cores típico de Di Cavalcanti.
O MAC possui em seu acervo, além de pinturas, uma preciosa série de mais de 500 desenhos, que cobrem o período que vai da década de 20 até o ano de 1952: grafites, aquarelas, guaches e nanquins, generosamente doados pelo artista.
D.P. A.