VICTOR BRECHERET

O percurso sobre o artista Victor Brecheret apresenta seis esculturas pertencentes ao acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. As obras cobrem um período de 20 anos, de 1930 a 1951. É durante esse período que o artista trabalha certas formas, materiais, movimentações e luminosidades que acabam por desvelar uma linguagem escultórica mais abstrata.

Objetiva-se aqui mostrar o desdobramento da linguagem artística de Brecheret durante esses 20 anos, analisando seus elementos formais num sistema de correlações visuais. Apresentaremos, a seguir, uma breve biografia do artista antes das leituras visuais, afim de situarmos os momentos que servirão para confluir na proposta deste percurso.

Victor Brecheret nasceu em Virtebo, na Itália, em 1894. Frequentou o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1912, onde aprendeu desenho e decoração. Em 1913, de volta à Itália, estudou escultura com Arturo Dazzi. Abriu seu primeiro ateliê em 1915, em Roma. Foi influenciado por mestres renascentistas, pelo impressionista Rodin e por Mestrovic. Retornou ao Brasil em 1919, tendo trazido idéias de uma escultura moderna. No ano seguinte, conheceu os escritores Oswald de Andrade e Mario de Andrade e o pintor Di Cavalcanti. Em 1921, com bolsa do governo de São Paulo, foi estudar em Paris. No ano seguinte, participou da Semana de Arte Moderna de São Paulo. Nessa época, sua produção passou por uma simplificação de formas, influenciado por Brancusi e pela Arte Decô.

Foi premiado no Salão da Sociedade dos Artistas Franceses, em 1925. Participou da fundação da Sociedade Pró Arte Moderna, SPAM, em São Paulo. Em 1936, iniciou a execução do Monumento às Bandeiras, obra projetada em 1920 e inaugurada em 1953. A partir do final dos anos 40, sua obra apresenta temas nacionais e indígenas e formas cada vez mais orgânicas e essenciais, como Mãe Índia, Luta dos Índios Kalápagos e O Índio e a Suassuapara. Essas duas últimas obras deram a Brecheret o prêmio de Melhor Escultor Nacional na I Bienal de São Paulo, em 1951.

O artista participou, ainda, das III e IV Bienais de São Paulo e XXV e XXVI Bienais de Veneza  (1950 e 1952). Morreu em 1955 em São Paulo.


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