Os Percursos Visuais no Acervo do MAC pretendem tornar visíveis determinadas movimentações do conhecimento que dependem da dimensão perceptiva. O conceito de percepção é visto aqui como uma compreensão de sentidos visuais na dialética ser-mundo:

Maurice Merleau-Ponty afirma que essas compreensões têm como eixo fundamental conceitos de correlação, intencionalidade e cógito fenomenológico. Na citação acima, por exemplo, podemos dizer que um gesto distingue-se de uma soma de movimentos e esse novo sentido dá-se num desvelamento, ou seja, na possibilidade de nos estendermos ao mundo, aos seus objetos e aos outros seres. Esta intencionalidade nos dispõe a recolher certas tensões, certos indícios significativos que organizam o conhecimento perceptivo. A decodificação dessas correlações (tensões, indícios) nos movimentos do corpo torna-se, então, a expressão do gesto.

Esse cogitar fenomenológico evoca experiências de onde podem surgir sentidos que estruturam nossas percepções e, consequentemente, fundamentam nosso conhecimento de mundo.

Em seus textos, Merleau-Ponty nos aproxima dos conceitos da Fenomenologia da Percepção (2) através desse cogitar.

A pesquisa que deu origem a "Percursos Visuais" objetivou se apropriar de certas movimentações do cogitar fenomenológico, situando o fenômeno estético (3). Para tal, criamos um conjunto de movimentações visuais (4) que, aplicadas aos "Percursos Visuais",  propõem um mundo para essa compreensão.

Além dessas questões, a pesquisa buscou responder colocações feitas por professores e alunos em visitação ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, durante os anos de 1993, 1994, 1995 e 1996.

Carmen Sylvia Guimarães Aranha

AGRADECIMENTOS:

FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo
Núcleo de Informática - MAC USP
Divisão de Ensino e Ação Cultural - MAC USP
Profa. Dra. Dilma de Melo Silva
Dra. Gessy de Oliveira Aranha (revisão do texto)


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